segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Campanha contra anistia a torturadores



APELO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: NÃO ANISTIE OS TORTURADORES!
Exmo. Sr. Dr. Presidente do
Supremo Tribunal Federal
Ministro Gilmar Mendes

Eminentes Ministros do STF: está nas mãos dos senhores um julgamento de importância histórica para o futuro do Brasil como Estado Democrático de Direito, tendo em vista o julgamento da ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 153, proposta em outubro de 2008 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que requer que a Corte Suprema interprete o artigo 1º da Lei da Anistia e declare que ela não se aplica aos crimes comuns praticados pelos agentes da repressão contra os seus opositores políticos, durante o regime militar, pois eles não cometeram crimes políticos e nem conexos.

Tortura, assassinato e desaparecimento forçado são crimes de lesa-humanidade, portanto não podem ser objeto de anistia ou auto-anistia.

O Brasil é o único país da América Latina que ainda não julgou criminalmente os carrascos da ditadura militar e é de rigor que seja realizada a interpretação do referido artigo para que possamos instituir o primado da dignidade humana em nosso país.

A banalização da tortura é uma triste herança da ditadura civil militar que tem incidência direta na sociedade brasileira atual.

Estudos científicos e nossa observação demonstram que a impunidade desses crimes de ontem favorece a continuidade da violência atual dos agentes do Estado, que continuam praticando tortura e execuções extrajudiciais contra as populações pobres.

Afastando a incidência da anistia aos torturadores, o Supremo Tribunal Federal fará cessar a degradação social, de parte considerável da população brasileira, que não tem acesso aos direitos essenciais da democracia e nesta medida, o Brasil deixará de ser o país da América Latina que ainda aceita que a prática dos atos inumanos durante a ditadura militar possa ser beneficiada por anistia política.

Estamos certos que o Supremo Tribunal Federal dará a interpretação que fortalecerá a democracia no Brasil, pois Verdade e Justiça são imperativos éticos com os quais o Brasil tem compromissos, na ordem interna, regional e internacional.

Os Ministros do STF têm a nobre missão de fortalecer a democracia e dar aos familiares, vítimas e ao povo brasileiro a resposta necessária para a construção da paz.

Não à anistia para os torturadores, sequestradores e assassinos dos opositores à ditadura militar.

Comitê Contra a Anistia aos Torturadores


Para assinar o manifesto,clique em- http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php

sábado, 5 de dezembro de 2009

EM DEFESA DA CANDIDATURA PRÓPRIA DO PSOL PARA PRESIDÊNCIA DO BRASIL EM 2010

Nós, militantes da juventude do PSOL de Santa Maria-RS, organizados no núcleo de juventude Victor Jara, desejamos expressar nosso posicionamento sobre os cenários postos em relação às eleições de 2010 e incidir sobre o debate que internamente (mas não somente) vem sendo realizado no PSOL.

Dentro do PSOL, hoje, temos visivelmente dois posicionamentos postos e defendidos no âmbito da grande política do partido, a despeito dos que ainda não se posicionaram: (1), os que defendem a candidatura própria do PSOL (nesta opção temos setores que defendem o nome do camarada Plínio Arruda Sampaio, o que não impede que outros nomes também sejam apresentados); (2) os que defendem abertamente a possibilidade de um apoio/aliança do PSOL com Marina – PV.

Frente a esse cenário, cabe urgentemente dialogar sobre o que significa a “alternativa” Marina Silva. Sabemos que esta candidata possui certo apelo carismático diante das massas, em virtude da infância pobre e da luta ambiental que vem realizando há algum tempo. Porém, como dito por Ricardo Antunes, Marina “defende a sustentabilidade numa sociedade cada vez mais insustentável. Não quer ferir a ordem, mas amoldar-se a ela”. Em entrevista recente à revista Veja, Marina confirmou sua opção pelo livre mercado. Além disso, ainda disse que saiu do PT, mas continua “a morar na mesma rua de seu antigo partido”. Como se não bastasse, sua candidatura está sendo construída com o apoio e a participação de setores conservadores consideráveis da sociedade brasileira, como Guilherme Leal, dono da NATURA (que será seu candidato a vice-presidente), parte da família Sarney, do empresariado e da grande mídia.

Essa construção, divulgada e apoiada pelos meios midiáticos monopolistas, configura uma clara campanha para desbancar qualquer projeto político de ruptura com a polarização entre PT-PSDB e com a subjacente ordem do capital que lhe dá sustentação. Na verdade, a burguesia nacional pretende criar assim uma “alternativa” que nada possui de essencialmente diferente do grosso da política nacional. Desejam, em verdade, produzir aos olhos dos eleitores uma falsa “opção”, aparentemente diferente em relação àquelas tradicionalmente impostas aos trabalhadores. Seu objetivo, claro está, é o de demover os projetos alternativos (socialistas) com possibilidade de conquistar o apoio da população descontente. Para realizar este objetivo tentam manobrar setores ligados à defesa do meio-ambiente e até do próprio MST. Essa estratégia, porém, apenas caracteriza um aprofundamento na despolitização da sociedade brasileira, que passaria a ter uma ala “eco-capitalista”, ao estilo Al Gore, e manteria inalterado o consenso em torno das práticas que atendem às exigências do capital e que são as verdadeiras causas da degradação ecológica.

Acreditamos, portanto, que uma aliança com Marina Silva não é do interesse dos socialistas por dois motivos: 1) Porque seu projeto não visa se contrapor à causa profunda dos problemas ambientais que é, bem entendido, a crise estrutural atualmente estabelecida que leva o sistema do capital a lançar mão de meios cada vez mais destrutivos para realizar o controle da reprodução sócio-metabólica da humanidade. A destrutividade que afeta a natureza é, nesse contexto, expressão desse conjunto de processos; 2) O programa político do PV parte da falsa premissa de que o Estado tem a possibilidade de controlar os processos sócio-metabólicos que agridem a natureza, quando, na verdade, o que ocorre é o contrário: o aparato estatal é apenas uma parte do sistema do capital, que tem por função, como diz Mészáros, “ajustar suas funções reguladoras em sintonia com a dinâmica variável do processo de reprodução socioeconômico, complementando politicamente e reforçando a dominação do capital”. O Estado se ajusta e reforça, portanto, o domínio do capital, mas não o controla. Essa compreensão desautoriza todo e qualquer tipo de projeto reformista... Por essas razões, entendemos que Marina Silva não representa a esquerda socialista de oposição ao governo Lulo-petista e ao sistema do capital.

Estamos convencidos de que é de suma importância que todos os filiados e militantes do partido tenham acesso aos debates internos e que os posicionamentos de cada corrente sejam transparentes e divulgados. Pelo que foi explicitado acima, defendemos a candidatura própria do PSOL, pois ela expressa os ideais e expectativas de um considerável setor da sociedade brasileira, configurando-se assim numa alternativa de luta que dá voz às exigências de mudança das relações estruturais no interior da formação social e econômica atualmente estabelecida.

Não podemos subestimar o PSOL como um todo e o que ele representa para a sociedade. Não desconsideramos o peso representativo de Heloísa Helena, mas não podemos reduzir a consciência dos que nos apóiam a uma lógica personalista.

Para superar esses impasses, precisamos de uma candidatura própria do PSOL que dê garantia aos companheiros do PSTU e PCB, que confirme uma alternativa radical para dialogar com a população na próxima eleição, que faça a crítica à falsa polarização PT x PSDB e que ajude a classe trabalhadora a desmascarar a terceira via burguesa, ou seja, a candidatura de Marina e do PV.

Núcleo de Juventude Victor Jara – PSOL. Santa Maria-RS.

Alídio da Luz – estudante secundarista;

Ciro de Oliveira – estudante Ciências Sociais / UFSM;

Daniel Canha – estudante do Coletivo de Educação Popular – Práxis.

Daiane Duarte – estudante Educação Especial / UFSM;

Demétrio Cherobini – bacharel em Ciências Sociais e mestrando em educação (UFSC);

Dionas Pompeu – estudante secundarista;

Douglas Moreira Vieira – estudante secundarista;

Friedelin Buske – estudante e trabalhador;

Henrique Cignachi – estudante História / UFSM, Executiva Municipal do PSOL - SM;

Laila Garcia Marques – estudante secundarista;

Luiz Enrique Pilar – estudante Arquivologia / UFSM;

Mathias Rodrigues – estudante Jornalismo / UFSM;

Paulo Sérgio Gai Montedo – estudante Física / UFSM;

Roberto Lisboa – estudante História / UFSM, Executiva Municipal do PSOL – SM;

Rodrigo Lisboa – estudante Matemática / UFSM.

Ruana Píber da Rosa – estudante Letras / UFSM.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Por que é necessário lutar pelo Impeachment de YEDA no governo gaúcho.

O Governo Yeda, desde 2006 vem mostrando ao povo do Rio Grande do Sul a face mais conservadora da política brasileira. São os ataques constantes aos serviços públicos mais básicos do estado, como a educação, tendo como conseqüência a enturmação, escolas de lata e o não pagamento do piso nacional dos educadores, o sucateamento da UERGS; é a servidão do estado para com os interesses privados, visto o apoio às multinacionais papeleiras, a abnegação na defesa do latifúndio, as tentativas de prorrogação dos pedágios; é o aumento em 143% de seu salário e a tentativa de compra de um avião para viagens internacionais; é o fascismo expresso na truculência com que trata os movimentos sindicais, sociais e estudantil, fechando as escolas itinerantes do MST, batendo em professores, usando a Brigada Militar como exército particular reprimindo atos públicos da sociedade civil. Esta política autoritária teve seu ponto culminante no dia 21 de agosto quando o colono sem-terra Elton da Silva foi assassinado pela BM em São Gabriel. E a face mais clara de todas estas políticas veio a tona com a descoberta do maior escândalo de corrupção já visto no estado, onde mais de 250 milhões de reais foram desviados dos impostos dos trabalhadores (Operação Rodin e Operação Solidária, da PF). Além de reprimir e matar os que reivindicam uma sociedade mais justa com um estado que cumpra sua função social, este governo se mostrou atuante como uma verdadeira quadrilha instalada no Piratini.

É por tudo isso que o movimento estudantil estadual vem realizando uma série de atos nas ruas, desde 2007, tendo como ponto culminante os atos deste ano, em que o movimento dos caras-pintadas voltou as ruas mostrando sua eterna vitalidade frente à prepotência dos generais e dos corruptos. A esquerda estudantil da UFSM protagonizou a atuação nas ruas, tendo desde início realizado ocupações na FUNDAE e na FATEC, bem como indo para atos em POA e organizando exclusivamente os atos públicos realizados em Santa Maria que conseguiu depois de muito tempo congregar novamente o movimento estudantil secundarista e universitário. E o "FORA YEDA" esta na cabeça e na boca da juventude. Agora com o envio do processo por parte do Ministério Público Federal deixa confirmada a face mais cruel da política em nosso estado, que só se mantém sob apoio dos poderosos da terra e das industrias, pela BM e pela ignorância política herdada das elites reacionárias do RS.


Está mais que na hora deste governo que fede muito cair de podre!


FORA YEDA, IMPEACHMENT JÁ!


Henrique Cignachi
D.A Quilombo dos Palmares - História/UFSM
Mov. Construção Coletiva
Secretário de Juventude do PSOL-SM

terça-feira, 15 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um pouco de história

Luis Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da república em 1/1/2003. Ele fora eleito para mudar o país, para governá-lo para o povo, fora eleito por seus ideais esquerdistas. Mas Henrique Meirelles, então no PSDB (GO), foi nomeado presidente do Banco Central, e o povo, começou a desconfiar... Em pouco menos de 1 ano, o presidente quase não tinha realizado mudanças reais, a não ser a tentativa do Fome Zero, que não foi adiante.

Foi então que o presidente, assim como seu partido, o PT, resolveu apoiar a Reforma da Previdência (2003), reforma que havia sido combatida pelos próprios petistas nos governos FHC, por seu caráter neo-liberal que significava apenas trasferência de renda do setor público para o privado. Petistas históricos posicionaram-se contra desde o início, e passaram a sofrer represálias do partido. Correntes do partido compraram a briga, e decidiram lutar contra a reforma previdenciária.





O que se viu foi uma verdadeira perseguição contra os que continuavam lutando pelos ideiais socialistas dentro do partido. Heloísa Helena (senadora por Alagoas), Luciana Genro (deputada federal pelo Rio Grande do Sul) e Babá (deputado federal pelo Pará) foram expulsos após votarem contra a orientação do PT, e um grande número de militantes desfiliou-se em protesto. Os cegos seguidores de Lula fizeram então de tudo para que Heloísa não conseguisse um novo partido para concorrer nas eleições de 2006. Após conseguir 700 mil assinaturas a favor da formação do novo partido, apenas 450 mil foram aceitas pela Justiça Eleitoral, o que gerou um atraso na fundação, que só ocorreu de forma definitiva em 15/09/2005.


Nascia assim o PSOL, Partido Socialismo e Liberdade. Durante o período de construção do novo partido, o Brasil havia visto corrupção atrás de corrupção no governo federal, o que gerou diversas cisões dentro do PT e aumentou o número de filiados do PSOL. Ivan Valente, Plínio de Arruda Sampaio, Chico Alencar, Maninha, João Alfredo e Orlando Fantanazzi são exemplos de liderenças que perceberam a brusca mudança ideológica petista e ingressaram no PSOL.

Em 2006, o primeiro teste eleitoral. Nacionalmente foi criada uma Frente de Esquerda com PSTU e PCB para combater a falsa polarização entre Lula e Alckmin. Heloísa saiu candidata à presidência, mesmo tendo reais chances de se reeleger ao senado, e sabendo que perderia o mandato. Mesmo com um partido em formação, e com inúmeras dificuldades, a candidatura foi um sucesso, postulando o PSOL como uma alternativa de esquerda, combativa e de massas. Conseguimos mais de 6 milhões de votos, ou seja, mais de 6% do eleitorado. Elegemos deputados estaduais no Rio e em São Paulo, além de três deputados federais, Luciana Genro (RS), Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ).

2007 foi o ano do I Congresso Nacional do PSOL, realizado no Rio de Janeiro. Lá foram dadas as diretrizes minímas para a que se continuasse a construir o partido. Heloísa Helena foi escolhida presidente do partido. Continuamos a travar batalhas, tanto nas ruas, quanto em Brasília, contra o imperialismo, o neo-liberalismo, e em defesa do povo trabalhador.

Em 2008 tivemos nosso segundo teste eleitoral. Heloísa Helena elegeu-se vereadora de Maceió, com a maior votação proporcional da história do país. Elegemos veradores também em Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Viamão, Fortaleza, entre outras cidades. Tivemos campanhas como a de Raul Marcelo, deputado estadual de SP, à prefeitura de Sorocaba, onde o povo realmente acreditou que a mudança política tinha corpo nas propostas do PSOL. E onde o candidato foi inclusive ameaçado de morte e perseguido por carros em alta velocidade, certamente uma represália medrosa da burguesia sorocabana. Em Santa Maria, lançamos candidatura própria, com Sandra Feltrin encabeçando a Frente de Esquerda, e também se postulando como alternativa à outra falsa polarização, desta vez protagonizada pela dupla Schirmer-Pimenta.

Nesse ano, o partido teve um ótimo crescimento, principalmente na juventude. Construimos a luta pelo Fora Yeda, após as denúncias de nossa deputada Luciana Genro e do vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas. Nos mostramos diferentes da falsa esquerda, que sempre hesitou em luta contra o governo tucano corrupto, e só entrou na luta por cargos, poder e pelas eleições que virão. Nos diferenciamos mais anida deles na luta pelo Fora Sarney, que está tomando as ruas do Brasil, em um movimento plural que há muito não se via. Mostramos como o PT já se perdeu há muito tempo, e defende, pura e simplismente para ter o apoio do PMDB em 2010, um dos coronéis mais corruptos da história do Brasil. E por último, realizamos o II Congresso Nacional do PSOL, desta vez em São Paulo, onde mais uma vez nos colocamos na oposição dos petucanos, e reelegemos Heloísa Helena presidente do partido.



Esse é o PSOL. A verdadeira esquerda. Um partido de luta, que defende a classe trabalhadora, e não se vende ao capital.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Em homenagem ao camarada Elton Brum da Silva



Mais de 500 sem-terras e apoiadores da reforma agrária caminharam hoje (27/08/09) ao local da chacina patrocinada pela Brigada Militar contra os sem-terra, onde o camarada Elton foi morto com um tiro nas costas, na fazenda Southall. Na celebração ecumênica foram plantadas árvores e cravada uma cruz no local da morte. O ato contou com a presença dos militantes do núcleo Victor Jara da juventude do PSOL de Santa Maria e da presidente do PSOL de Santa Maria, Sandra Feltrin. A luta pela reforma agrária continua.

"Não faremos um minuto de silêncio, mas uma vida de lutas!"



Juventude do PSoL de Santa Maria participa de ato em repúdio ao assassinato de Sem Terra


O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) realizou no sábado, 21 de agosto, um ato público em repúdo ao covarde assassinato do companheiro Elton Brum da Silva, morto pela polícia durante reintegração de posse da Fazenda Southal, em São Gabriel RS, ocupada pelo MST como forma de pressionar o Governo Federal por mais assentamentos, uma promessa de campanha negligenciada.

O Núcleo da Juventude Victor Jara, do PSol de Santa Maria, se fez presente no ato, levando sua solidariedade aos companheiros do MST e, em especial, à família de Elton. Com essa atitude, a Juventude do PSoL reaf

irma sua posição e seu compromisso de apoiar incondicionalmente a reforma agrária e lutar ao lado dos oprimidos, contra todo tipo de opressões, nascidas dofamigerado sistema capitalista.

Depois do ato, a Juventude Victor Jara visitou o acampamento do MST, e constatou o descaso governamental para com os acampados, que sobrevivem graças a ajuda de companheiros já asentados e de alguns seguimentos da sociedade civil, como igrejas e ONGs. Também conversamos com outros compenheiros feridos pela polícia durante a reintegração, entre eles, crianças que foram pisoteadas pelos cavalos da Tropa de Choque e mordidas pelos cachorros da Brigada Militar, fatos estes não divulgados pela mídia omissa que, como é de praxe, se posiciona ao lado dos latifundiários e da burguesia, ignorando totalmente a imparcialidade que afirma ter como um de seus princípios fundamentais.

Acreditamos que é inconcebível a existência de uma sociedade na qual o sistema de leis põe o direito à propriedade acima do direito à vida, tratando como bandidos, marginalizando, hostilizando e até matando covardeme

nte os cidadãos de bem que não se conformam com a exploração que sofrem, e lutam por uma vida mais digna e uma sociedade mais justa e igualitária.

Lembramos ainda que a morte de mais um companheiro, ao invés de nos intimidar, nos dá ainda mais força para lutarmos e seguirmos em frente, rumo ao socialismo, pois, parafraseando Che Guevara, que também tombou por lutar por seus ideaís, como ocorreu o com companheiro Elton: "Eles podem até destruir uma ou duas rosas, mas jamais conseguirão matar a primavera".


Nota de repúdio ao ataque á sede do PSOL-Santa Maria


Hoje, dia 25 de agosto de 2009, pela manhã, encontramos a sede municipal do Partido Socialismo e Liberdade (rua Dr. Pantaleão, nº74) coberta de adesivos “Governo Yeda, o Rio Grande, grande de novo”. Esta ação foi certamente realizada pelos apoiadores e cúmplices do governo que possui a pior avaliação nacional de desempenho, visto os sucessivos ataques aos serviços públicos do estado, envolvimento no maior esquema de corrupção estabelecido em nosso estado, truculência no tratamento do movimento sindical e social – das quais temos a morte do sem-terra nesta sexta-feira passada em São Gabriel -, dentre outras mazelas. Realizamos ocorrência policial na 1ª Delegacia de Polícia e esperamos que o ato não se repita e que nossos opositores nos enfrentem através de argumentos no embate político as claras e não com agressões materiais e ameaças, fato que já ocorreu em 2007 na antiga sede do partido, que havia sido invadida e extraviada (sem, porém, ter sido consumado roubo). O PSOL reitera sua posição de oposição a este governo corrupto e truculento e não iremos descansar enquanto esta terra improdutiva que constitui o governo estadual não seja ocupada por um governo compromissado com o povo trabalhador e pobre.

Agradecemos aos blogers que publicaram a nota:

http://rsurgente.opsblog.org/2009/08/26/sede-do-psol-e-alvo-de-tucanos-em-santa-maria/

http://interpretacoesdeumsujeito.blogspot.com/2009/08/sede-do-psol-sm-e-alvo-de-acoes-por.html

http://dialogico.blogspot.com/2009/08/intolerancia-politica-em-santa-maria-rs.html

Diário de Santa Maria:

http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&section=Blogs&tipo=1&coldir=1&uf=1&local=1&blog=723&post=219950&siteId=552

domingo, 26 de julho de 2009

UNE chapa-branca

Se a cooptação que faz o governo Lula das centrais sindicais, colocando-as sob alinhamento automático e alimentando-as com nacos do Imposto Sindical, é uma lamentável ressurreição do peleguismo - contra o qual se originou na década de 1970 o movimento sindical do ABC que o próprio Lula liderou -, a transformação da União Nacional dos Estudantes (UNE) numa entidade "chapa-branca", destituída de todo o senso crítico para aliar-se incondicionalmente ao governo, ao preço de polpudas verbas, é profundamente melancólica. É que sempre se espera dos estudantes um engajamento idealista, generoso, voltado unicamente para as melhores causas públicas - e nunca a troca de apoio por prebendas, seguindo o pior modelo do fisiologismo caboclo.

No 51º Congresso da UNE, em Brasília, a presidente da entidade, Lucia Stumpf, saudou com orgulho a presença do presidente Lula: "É o primeiro (presidente da República) a participar de um Congresso da UNE em 71 anos de história." Só se esqueceu de dizer que, nessas sete décadas, a entidade jamais convidou um chefe de governo para suas reuniões de trabalho e muito menos transformou seu congresso numa espécie de convenção partidária. Pois a maioria dos cerca de 3 mil participantes desse congresso gritava "Dilma presidente" e "Lula, guerreiro do povo brasileiro" - enquanto uma minoria dava vivas à candidatura de Ciro Gomes.

O presidente Lula e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, compareceram pessoalmente ao evento. Mas o que permitiu a realização do comício foi a generosidade de Ministérios e empresas estatais federais, que pingaram R$ 920 mil no caixa da UNE. Só o Ministério da Educação entrou com R$ 600 mil. O Ministério da Justiça contribuiu com R$ 150 mil e o Ministério da Ciência e Tecnologia, com R$ 50 mil. A Petrobrás doou R$ 100 mil e a Caixa Econômica Federal, os Correios, os Ministérios da Cultura e do Trabalho e as Secretarias Nacionais de Direitos Humanos e da Juventude completaram o rateio.

Mas isso é pouco diante dos R$ 10 milhões que a UNE recebeu do governo federal, desde 2004 (R$ 7 milhões só nos últimos 14 meses), e será menos ainda quando comparado ao que vai receber para reconstruir sua sede no Rio, um projeto estimado preliminarmente em R$ 36 milhões. Diante dessa fartura de recursos, é de estranhar que a UNE tenha abandonado o espírito crítico que sempre marcou suas atividades, para tornar-se linha auxiliar do governo petista?

É verdade que a presidente da entidade - nisso imitando os conhecidos hábitos da política cabocla - tentou demonstrar um resquício de independência, ao dizer que "nós não nos somamos a ele (Lula) na defesa de Fernando Collor nem de Sarney". Referia-se ela ao fraterno abraço de Collor e Lula, em Alagoas, e ao apoio incondicional de Lula à pessoa tão "incomum" que preside o Senado e seus escândalos. Lula, por sua vez, aproveitou a deixa para referir-se à "independência" da UNE - pouco se lixando que sua própria presença, naquele momento e naquele local, demonstrava justamente o contrário.

Na verdade, a "independência" da UNE parece ter acabado desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. De lá para cá nem o escândalo do mensalão, com seus "recursos não contabilizados", dólares da cueca e o valerioduto, nem o caso dos "sanguessugas", nem o episódio dos "aloprados" - e, mais recentemente, nem o escândalo dos "atos secretos" que culminaram com a desmoralização da administração do Senado - ensejaram a reação indignada da UNE. É que, no lugar dos "caras-pintadas", só há "chapas-brancas".

Mas a juventude universitária não perdeu a garra e a verve. Contrastando com o bem regado oficialismo da reunião da UNE, estudantes da Universidade de Brasília promoveram, no mesmo dia, um protesto junto ao Senado. Carregavam pizzas e vestiam camisetas brancas, com letras da frase "Fora Sarney". Os seguranças retiraram do local o aluno que vestia a camiseta com a letra "S", mas os manifestantes não deixaram de exibir seu protesto, formando a frase "Fora Arney". Tinham, afinal, o que dizer.

Jornal O Estado de São Paulo, 20/07
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090720/not_imp405295,0.php

Considerações sobre PCdoB, UJS e a esquerda do "sim senhor"

Quem me conhece ou acompanha meu blog sabe de uma admiração que tive pelo PCdoB, em especial pela figura de Manuela D'Ávila. Quando resolvi entrar na política o PCdoB era uma opção que, graças a deus, não escolhi. Hoje percebo o quanto errei em defender esse partido e a deputada, inclusive com apoio "virtual" em eleições passadas.

Vendo as coisas de dentro da política e do movimento estudantil é fácil perceber que o PCdoB de hoje não é comunista. É um partido que se vendeu ao neoliberalismo junto com o PT, mas que, pior que isso, defende de todas as maneiras sua escolha como a certa de um partido de esquerda. Na juventude então, defendem Lula como se fosse um deus, mais até que os petistas. Tudo isso tem explicação. O PCdoB percebeu que ser escravo do PT era mais fácil e lucrativo do que lutar por seus antigos ideais. E se vendeu por secretarias, ministérios, e por um grande aumento de orçamento da UNE, parasitada há anos pela UJS, juventude do partido.

Aliás, a UJS não passa da maneira mais fácil de se ganhar dinheiro dentro do partido. Sua direção anti-democrática na UNE impede qualquer revolta ou derrota na entidade, e se aproveita para criar políticos-mercadoria, com o discursinho de sempre, que perpetuam o stalinismo da organização na política brasileira. Manuela é exemplo disso, um pouco de consciência política, um rostinho bonito e dizer sim ao dinheiro, seja do PT ou do PPS, como em Porto Alegre, são os requisitos para que o aparelho da UNE te crie como um novo político.

Repito que dou graças a deus de ter escolhido o partido que não pro coincidência tem Liberdade no nome, e que me arrependo de grande parte das coisas que escrevi e falei sobre o PCdoB, a UJS e qualquer um de seus militantes. Não acredito que eles sejam capaz de mudar o Brasil de alguma forma para melhor.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Por que o PSOL é o partido da juventude?


Por Mai Tavares Mendes e Marcio Rosa


A juventude é um dos mais conturbados e ricos períodos da vida. É quando se entra no mundo do trabalho, quando ocorre um choque de visões entre o âmbito familiar e a sociedade, gerando um sentimento de contestação de valores, muitas vezes levando a um questionamento do sistema. É também o setor mais visado pelo mundo do consumo, bombardeado pela propaganda que padroniza a maneira de vestir e o modelo corporal, estabelece a ditadura das modas e, dessa forma, ensina de maneira massiva a não perguntar os porquês. Ao mesmo tempo, é colocado sem direitos ou perspectivas no mundo do trabalho, como um objeto descartável, afinal há tantos outros jovens e velhos querendo o seu lugar.

O jovem brasileiro de hoje é o que cresceu num mundo em que o capitalismo triunfou. Para ele foi ensinado que o socialismo era sinônimo de atraso e de autoritarismo, e que a democracia em que vivemos era o sistema político mais bem acabado de todos os tempos. Por outro lado, participou ou tem referência nas multidões de jovens na rua contra a corrupção no Fora Collor em 92. Também viveu os duros anos FHC, em que viu muitos dos seus direitos serem sucateados, as riquezas nacionais serem vendidas, como no escandaloso leilão da Companhia Vale do Rio Doce. Pode ser que tenha participado da campanha de Lula em 2002, acreditando que dessa maneira contribuiria para que um novo projeto fosse posto em prática.

Ele viu o PT degenerar nos anos que se passaram. Viu a aliança com o PL, e desconfiou. Depois veio Henrique Meirelles no Banco Central, a Reforma da Previdência retirando os direitos de seu futuro, a liberação dos transgênicos para os grandes latifundiários, a Reforma Universitária privatizando a educação. Veio Também a cooptação dos movimentos sociais, a política de conciliação e os programas assistencialistas: bolsa-família, ProUni, a domesticação da CUT e da UNE. O PSOL surgiu para ser uma alternativa para o jovem que quer lutar e não enxerga onde.

O PSOL é como o jovem brasileiro: pode não ter muita idade, mas sabe que dele depende sustentar as utopias que a “velha esquerda”, adaptada à ordem, fez questão de esquecer. O PSOL é jovem porque mesmo não tendo vivido como partido essa história, traz a experiência de quem passou por ela e não se adaptou ao mais fácil. O PSOL aparece como uma necessidade histórica de mostrar que é possível lutar, que é possível ser socialista sem se render, sem se vender. Porque nos últimos tempos a maior novidade é ser coerente e seguir lutando, com todas as dificuldades que encontramos e continuaremos a encontrar.

O mundo capitalista e neoliberal atinge em cheio esse jovem, lhe privando de cultura e emprego, direitos e prazeres – ele reage de diferentes modos, do hip hop ao movimento estudantil, dos sem terra aos punks, das feministas aos jovens sindicalistas, do movimento negro ao LGBTT. Ele é negro, mulher, homossexual, índio, sem-terra, sem-teto, quilombola, ribeirinha. Mora na cidade e no campo, e sofre com o desemprego e com a violência, com a situação da educação e da saúde, do transporte e da cultura. Essa é sua luta cotidiana. Essa é a luta do PSOL.

Enquanto todas as autoridades e partidos da ordem silenciaram com a morte de inocentes pela Polícia Militar, o PSOL foi o único a denunciar os abusos militares e a complacência dos governos, a defender os moradores da periferia, dos quais são os jovens os mais afetados. Também está na luta contra os desmandos de grandes empresas como Aracruz, Cargill e Monsanto, que atacam o meio ambiente e as culturas locais de norte a sul do país. Participa e ajuda a organizar a resistência cultural, produzindo e divulgando arte da periferia, organizando iniciativas e centros culturais. Esteve presente em todas as vitoriosas ocupações de reitoria nas universidades de todo o país, lutando contra o sucateamento e a privatização, em defesa da educação pública e de qualidade. Além disso, denuncia a corrupção e luta contra a impunidade, no parlamento e nas ruas.

Em cada uma dessas lutas, o PSOL se fez presente, e são muitas as que virão no próximo período: a resistência diária sem emprego e sem perspectiva, a luta contra as opressões. Para nós, entretanto, não é suficiente. Um novo partido que combate a velha política, um partido jovem e de jovens – essa é a alternativa que o PSOL traz para a juventude brasileira.